segunda-feira, 25 de abril de 2011

O amor nasce do amor


Chegue até ela poema e fala como se fosse minha voz‏
O amor nasce do amor
(Jorge de Azevedo)
Surge na alma uma canção sem partitura,
sem harmonia determinando ritmo,
corações pulsam, mãos tremem,
parece ventarola no topo das árvores,
as pernas procuram apoio,
parece brisa sobre pendões de arroz.
Um brado mudo estremece o silencio,
o corpo se atiça num atiçar sem lógica,
declamam poemas poetas sem poesias
e cantam cantigas cantores sem voz,
parece canto de rouxinol acasalando,
parece baile de pipas soltas no ar.
Os pensamentos descontrolados buscam
palavras que se escondem servis,
surge na alma um canto sem harmonia
como se fosse ritmo sem partitura
e o pintor cria na imaginação o quadro
e o amor surge como uma miragem.
Ah, doce encanto do encanto da descoberta,
ah, doce chegada do sentimento voraz,
é tão mágico sentir o amor chegando...
tão sublime saber a paixão invadindo,
parece ondas quebrando rochas no mar,
parece rios entre troncos na floresta.
E encanta o poeta que canta sem versos
tresloucados pensamentos fluindo na alma,
e chega diante da janela quase entreaberta
e grita aos ventos o nome dela flamante
onde está que não chega agora e se deita
nos braços deste que lhe deseja tanto?
Recife, 11 agosto 2010

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"Felicidades..."