quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Enquanto banho-me, penso em ti ह५ﻶჱﻶह

Enquanto banho-me, penso em ti
(Jorge de Azevedo)
Meus dedos involuntariamente tocaram
meu rosto, deslizaram sobre minha pele,
não senti meus dedos, eram teus dedos
ensaboando-me a barba por fazer.
Não senti meu rosto tocado por meus dedos,
meus dedos tocavam teu rosto ensaboado
pelos sonhos de todos os meus prazeres.
Deixei a água escorregadia aliviar minha tensão,
esse tesão involuntário, voluntário por ti,
e a cortina balançada por uma brisa tardia
eriçou-me os pelos e fez-me o corpo tremer...
ainda pensei em cerrar a janela, mas, da rua vazia
nascia a esperança de ver-te chegando ligeira
faminta de toques, dos meus beijos.
Deixei-me embriagar pela água escorregadia
imaginando-te tocando em meu corpo
com teus dedos enfeitados de unhas azuis,
os lábios untados de batom vermelho, entreabertos,
bebendo a água vadia em meu corpo perfumado
pelo aroma suave do teu ultimo orgasmo
ainda não acontecido e tão ansiosamente esperado.
Vi tua imagem refletida no espelho embaçado
pendurado na parede de azulejos decorados
por pequeninas corbelhas de manacás e gerânios;
vi os teus seios emoldurados por gotas miúdas,
translucidas de águas teimosas e escorregadias,
tragadas por minha boca ensandecida pela tensão
do tesão involuntário, voluntariamente despertado.
Deixo o banho entristecido, o corpo ainda molhado,
caminho pelo quarto, vestido de tapete branco,
e nem penso em fechar as cortinas vigiadas por janelas...
penso certamente, atrás de algumas delas
teus olhos espreitam-me desejosos da posse
e enquanto visto-me uma calça jeans, a camisa grená,
penso nos beijos guardados e ansiados por te dar.
Recife, 29 novembro 2010
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Um comentário:

"Felicidades..."